Quem pode usar Cetamina para tratar a Depressão?

Atualmente, a depressão é considerada uma das principais causas de incapacidade em todo o mundo, afetando milhões de pessoas em diferentes faixas etárias. Embora existam várias opções de tratamento disponíveis, como terapia cognitivo-comportamental, medicamentos antidepressivos e intervenções psicossociais, uma abordagem inovadora vem ganhando destaque: o uso da cetamina. A cetamina, originalmente desenvolvida como um anestésico, tem mostrado resultados promissores como tratamento para a depressão resistente ao tratamento convencional. No entanto, nem todos os pacientes são elegíveis para receber esse tipo de terapia.

Para ser considerado um candidato viável para o tratamento com cetamina, a depressão do paciente deve ser grave e resistente aos medicamentos tradicionais. Em geral, a cetamina é indicada para pacientes que não tiveram sucesso com pelo menos dois antidepressivos diferentes. Além disso, a cetamina é frequentemente utilizada em situações de emergência, como em casos de pensamentos suicidas ou pós-tratamento electroconvulsivo, devido à sua rápida ação antidepressiva.

Outro critério importante para a elegibilidade ao tratamento com cetamina é a ausência de certas condições médicas pré-existentes. Por exemplo, pacientes com histórico de abuso de substâncias, doença cardíaca, pressão alta não controlada, glaucoma de ângulo fechado ou transtornos psicóticos não são considerados adequados para receber cetamina. Além disso, mulheres grávidas ou lactantes devem evitar o uso de cetamina devido aos possíveis riscos para o feto ou recém-nascido.

É essencial ressaltar que a cetamina não é recomendada como tratamento de primeira linha para a depressão e deve ser considerada somente após o fracasso de outras opções terapêuticas. Seu uso deve ser sempre supervisionado por um profissional de saúde qualificado, de preferência um psiquiatra especializado em transtornos do humor. A administração da cetamina geralmente é feita por via intravenosa, sob rigorosa monitorização médica, devido aos seus potenciais efeitos colaterais, como alucinações, disforia e aumento da pressão arterial.

É crucial que os pacientes em potencial se submetam a uma avaliação completa antes de iniciar o tratamento com cetamina, a fim de determinar a sua segurança e eficácia para o caso específico. Além disso, o acompanhamento regular durante o curso do tratamento é fundamental para monitorar a resposta ao medicamento e fazer os ajustes necessários.

A pesquisa em torno do uso da cetamina para tratar a depressão está em constante evolução, com novos estudos e protocolos clínicos sendo desenvolvidos para ampliar o acesso a esse tipo de terapia. Estudos pioneiros como Johns Hopkins, Universidade de Yale, da Cleveland Clinic e do National Institute of Mental Health (NIMH) comprovando sua eficácia. Ela age rapidamente, estimulando o glutamato, um neurotransmissor essencial para a plasticidade cerebral, e promovendo a reconexão de circuitos neurais afetados pela depressão. Diferente de outros antidepressivos, ela alivia sintomas em dias, não semanas, trazendo esperança para casos difíceis ou resistentes a tratamentos convencionais. Embora os resultados até o momento sejam encorajadores, ainda há muitas questões a serem resolvidas, como a dose ideal, a duração do tratamento e os potenciais efeitos adversos a longo prazo.

Em resumo, a cetamina é uma opção terapêutica promissora para pacientes com depressão resistente ao tratamento convencional, desde que sejam cumpridos os critérios de elegibilidade e acompanhamento adequado. Seu uso requer uma abordagem individualizada e integrada, envolvendo a colaboração entre o paciente, o médico e outros profissionais de saúde envolvidos no tratamento da depressão. Com uma cuidadosa avaliação e monitorização, a cetamina pode ser uma ferramenta valiosa no manejo da depressão grave e refratária.

 

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